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TEATRO
 

James Marsters, quando estreou na televisão, já tinha uma grande experiência como ator, diretor e produtor de teatro.

[Relação das peças em que James atuou]


James fala sobre suas experiências nos palcos
 

É muito frustrante tentar fazer teatro em Los Angeles. O problema é que é muito difícil fazer com que as pessoas vão ao teatro. Realmente não é uma cidade que valoriza o teatro. As pessoas em Nova Iorque acham que o teatro faz parte de sua cidade e Los Angeles não pensa assim de modo algum. Eu tenho muita vontade de voltar a produzir, mas acredito que seria frustrante fazê-lo em L.A. Eu trabalharia em Nova Iorque ou Chicago. (Vulkon - 2003)

Incorruptible foi muito importante para mim. De um lado foi saber que eu era capaz de fazer uma peça com 6 horas de duração e do outro me ensinou a importância de atuar com um elenco. Nunca antes ou até hoje houve um sentimento tão forte de trabalho em grupo.

(Chicago Tribune - 11/02/2000)

Eu lembro que estava fazendo A Tempestade em L.A. e muitos dos personagens ficavam descalços. O meu não ficava, mas o da minha namorada (Liz Stauber) sim, bem como muitos outros e havia vidro quebrado no palco. Alguém quebrou alguma coisa e havia cacos verdadeiros espalhados por todo o palco. O público estava se sentindo desconfortável, os atores falavam e ninguém conseguia imaginar como tirar discretamente todo aquele vidro. Eu só disse 'pessoal, eu vou dar um jeito nisto.' E na minha próxima entrada, apenas parei a peça. Juntei o vidro e então comecei o meu monólogo juntando os cacos, tirei tudo e todos disseram 'graças a Deus!' Um ator experiente uma vez me disse, muito tempo atrás, que, se algo dá errado — admita. Você não pode esconder. Quinhentas pessoas acabaram de ver acontecer, então a melhor coisa que você pode fazer é dizer 'bang!' (Vulkon - 2003)

Falando em escrever, eu tenho escrito toda a minha vida. Eu tive companhias de teatro em Chicago e Seattle e muitas de nossas peças eram baseadas em outros materiais, que eram inseridos em nossas peças ou transformados numa obra original. Teve uma época que nós traduzimos 'La Vida es Sueño' que é Life is a Dream, que é conhecida como o 'Hamlet' latino, escrita por Pedro Calderón de la Barca. Eu fiquei tão orgulhoso de nosso trabalho, porque lemos todas as traduções e todas eram horríveis. Então pegamos o original, traduzimos e descobrimos que muita liberdade criativa havia sido tomada com aquela peça e que talvez as pessoas não conheciam muito sobre ela. Fizemos uma produção de muito sucesso e tenho muito orgulho disto. (Vulkon 2003)

Homem
                        Perfeito de Da VinciNão tenho muito problema em ficar nu. Não tenho nenhuma necessidade de ser visto nu, mas sabe, em minha estréia profissional eu fiquei nu, então isto deixou de ser um problema já desde o início. Foi na peça A Tempestade, acredita nisto? No Goodman Theatre em Chicago, dirigida por Bob Falls, que era o diretor artístico de lá. É o maior teatro de Chicago. Eu fui amarrado nu num grande círculo de metal, nu, braços e pernas abertos, como o Homem Perfeito de Da Vinci. Eu estava interpretando Ferdinando, que é o homem perfeito para Miranda. O pai de Miranda afunda um navio para fazer com que este garoto conheça sua filha, então sua imagem — Bob Falls é um tipo de diretor visionário e sua imagem era Da Vinci, e ele queria que Ferdinado fosse visto assim logo de cara. Então, o cara tem quase 2 metros de altura, coloca seus braços ao redor de mim e fala 'garoto, estamos pensando em você ficar nu — como se sente sobre isto?' Era o meu primeiro trabalho, sabe, o que é que eu podia dizer? (SFX - 06/2002)

Falls me rolou para dentro do palco, amarrado a um círculo como o homem perfeito de Da Vinci — e a gente podia ouvir um mar de monóculos se abrindo para se ter uma visão melhor... (Suntimes.com)

Eu estava fazendo Rhinoceros de Ionesco, que tem trinta rinocerontes diferentes aparecendo toda hora e eu era mais ou menos o rinoceronte número vinte e oito. O terceiro ato é sobre uma garrafa de brandy, todos os pontos da história passam pela garrafa de brandy e esqueceram de colocar a garrafa. Toby Anderson, um profisional experiente que era o ator principal, não podia sair do palco para pegar a garrafa. Não havia saída para ele, então não havia como consertar o erro. Todos os estagiários estavam reunidos nos bastidores só assistindo a este ator de 55 anos tentar descobrir uma maneira de contar a história de improviso. É, ele veio para os bastidores e explodiu. Ele gritava F---! (Vulkon Con - 2003)

Ele [Shakespeare] é o mais obsceno, sujo, mais violento dramaturgo de todos os tempos. Ele vai direto na jugular. Nossa tendência é pensar em sua obra como artística e classe alta e isto está tão longe da verdade. O cara escrevia da sargeta, mas também era capaz de falar sobre tudo, do visceral até o mais transcendental. (HoustonChronicle - 03/05/2000)

...minha atuação favorita foi uma cena de American Buffalo. Foi maravilhoso. Provavelmente foi a minha melhor atuação, a primeira vez que eu realmente fiz algo que se assemelhava à boa atuação, após seis anos fazendo bobagens. Fiz uma peça chamada Michelangelo. Robert Benedetti a dirigiu e foi tão boa quanto a original. Nós fizemos Rhinoceros de Ionesco e uma peça original chamada Larkrives. Eu me diverti bastante. [teatro universitário] foi o melhor treinamento que tive. [The 11th Hour]

Um dos meus papéis favoritos foi o personagem Todd; ele era uma assassino na peça Mortal Risk. Era uma peça super-violenta, mas muito bem escrita. (The 11th Hour)

Eu dirigi o New Mercury Theater por 4 anos. Nós nos apresentávamos em um porão de uma igreja no Capitol Hill, mas ficamos muito mais conhecidos quando ocupamos nosso próprio espaço num loft na Pioneer Square. Dirigir é ótimo, mas acaba com você. Em companhias pequenas, você tem que ser também produtor e acaba fazendo o trabalho de zelador, de bilheteiro, arrumando as cadeiras, pintando os cenários, todas as coisas que não pode pagar para outras pessoas fazerem. Mas dirigir era divertido. (The 11th Hour)


Havia uma fome em James, uma determinação em enfrentar projetos ambiciosos, de não fazer as mesmas coisas de sempre. E o que era maravilhoso sobre ele é que ele se sentia confortável tanto no porão do Cafe Voltaire quanto no palco principal do teatro Goodman. Contanto que estivesse entusiasmado com o projeto, o local não importava.

Diretor David Zak
Chicago Tribune - 11/02/2000

 

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