Metro Café
Entrevista com James Marsters
Por Andrew Williams
27 de abril de 2005
Tradução: Gisele
 

O ator James Marsters é melhor conhecido pelo papel do vampiro de cabelos oxigenados Spike, das cultuadas séries Buffy, A Caça-Vampiros e Angel, onde suas constantes aparições sem roupa conquistaram para ele uma legião de admiradoras. Além de ator, Marsters é músico. Em turnê pela Inglaterra, ele está negociando o lançamento de seu CD por uma grande gravadora.
 

Que tipo de recepção você está tendo com os shows na Inglaterra?

É uma situação difícil. Na Inglaterra, você tem que se provar mais. Vocês sabem como fazer música por aqui. Mas é legal ver os caras nas fileiras de trás de braços cruzados no começo do show e no final, com os braços acima da cabeça, gritando — é muito legal mesmo.

Eu achava que a maioria da platéia seria de fãs de Buffy.

Sim, eu não me engano, cara, mas muitos fãs da série são também fãs de rock, então há interesses que se cruzam. Eu trabalhei em teatro toda a minha vida antes de Buffy e sempre foi assim: "como conseguiremos sentar bundas nos assentos?" Agora, pela primeira vez na minha vida, não tenho que me preocupar com isto, mas sim "como faço para que estas bundas dancem felizes?"

Os fãs de Buffy são conhecidos por sua lealdade. São um pouco doidos?

As pessoas procuram o entretenimento em busca de paixão. Passamos a maioria de nossos dias nos sentindo um pouco desanimados, então queremos estar com artistas que nos proporcionem uma tarde maravilhosa, mas que provavelmente nos dariam dor de cabeça se os víssemos o tempo todo. Nós artistas fornecemos o fogo. Foi isto que marcou minhas participações em Buffy e Angel — uma paixão brutal. As pessoas respondem bem se percebem que é uma coisa sincera. Descobri que existem pessoas que querem realmente se soltar dentro da fantasia de Buffy e ter um mundo para o qual possam escapar — e existem pessoas que somente querem se distrair uma vez por semana. Descobri que há uma grande dose de paixão nos dois grupos.

Por que você decidiu gravar um CD ao invés de voltar a atuar?

Eu voltei a atuar. O álbum quase não saiu porque fui para o Canadá fazer um filme chamado Cool Money. É definitivamente uma questão de equilíbrio, mas por agora as coisas estão devagar em Hollywood por causa do verão, então é uma boa época para fazer uma turnê. Eu sempre tive que equilibrar trabalho — eu costumava produzir peças e atuar ao mesmo tempo. Sempre fiz as duas coisas.

Você estudou na Juilliard — uma instituição americana muito respeitada. Como isto o ajudou a interpretar Spike?

Eu sugiro que as pessoas evitem Juilliard porque eles tiram a alegria de todo jovem artista que caia em suas mãos. Foi uma experiência horrível, quase um pesadelo, e as pessoas deviam ficar longe disto. O sucesso que tive com Spike aconteceu quando deixei de lado toda aquela técnica. A razão pela qual Spike decolou foi porque eu e minha então namorada* estávamos fazendo o sexo mais louco da minha vida e eu me sentia o homem mais alto do mundo. Eu transpirava sexo. Passei isto no teste e nos primeiros episódios e então tomei como talismã para o resto da série. Este foi o segredo.

*A atriz Liz Stauber

Quais são suas influências musicais?

Descrevo meu som como Jake Jackson encontrando Jet. Tem muita influência punk na guitarra e Joni Mitchell em termos das melodias, um pouco de folk e jazz.

Quando você começou a fazer shows?

Eu costumava a me apresentar em bares quando tinha 15 anos. Fazia cover do James Taylor. Ele realmente é um gênio. Fiz algumas versões acústicas de músicas dos Ramones também — descobri como fazer uma guitarra acústica funcionar. Me concentrei na atuação quando deixei a escola, minha guitarra se transformou numa coisa só minha, e assim permaneceu até eu começar Buffy. Clubes descobriram que eu tocava guitarra e me convidaram para fazer covers, comecei a escrever meu próprio material e aí fundei a banda.

Você oxigenou seus cabelos por 7 anos, durante o tempo em que esteve em Buffy. Você tem alguma dica de cuidados com os cabelos para nossos leitores?

Digo quer se não dói, faça. Meu couro cabeludo ficou muito seco e dolorido. Às vezes eles oxigenavam e eu acabava no chão, em posição fetal, por causa da dor. Não estou mais oxigenando — está bem curto agora, então posso pular da cama e estou pronto.

Você foi escolhido o Vampiro Mais Sexy de 2002 por um culto de vampiros de Londres —  isto é uma honra?

Sempre é uma honra ser considerado sexy. Eu fui um artista pobre por muito tempo. Não havia muitas pessoas me achando sexy naquela época...
 

[Fonte]